Agricultores e agricultoras de Rondônia não aceitam perder direitos e orçamento!
Neste momento, mais de 700 agricultores e agricultoras familiares bloqueiam a BR 364, entre os municípios de Ji-Paraná e Presidente Médici, em protesto aos desmandos do governo federal.
Protestam contra os cortes do orçamento para 2018, que míngua a agricultura familiar com a retirada de mais de 70% dos recursos e acaba com políticas públicas de amparo e fortalecimento do setor; contra a reforma da Previdência, que retira a possibilidade de aposentadoria de homens e mulheres do campo; por Diretas Já, com cada cidadão e cada cidadã tendo o direito a democracia e a escolha de seu governante garantidos; e outras pautas da categoria ameaçadas pelo (des) governo de Michel Temer .
O ato se soma a outros que estão sendo realizados em todo o País em repúdio a este governo e seus ataques à classe trabalhadora.
#Basta
#QueremosOrçamento
CONHEÇA AS PROPOSTAS DE EMENDAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO BRASILEIRO para o (PLOA 2018)
Os movimentos sociais que compõem o Campo Unitário apresentam ao Congresso Nacional e ao povo brasileiro proposta de emendas ao Projeto de Lei Orçamentária Anual 2018 (PLOA 2018). Avaliamos a proposta do PLOA 2018 na perspectiva de quem vive no meio rural brasileiro, que produz a maior parte dos alimentos que chegam à mesa das famílias e daqueles(as) que sonham e lutam por um pedaço de chão e vida digna no campo.
Estamos indignados com os cortes previstos para as políticas voltadas para a agricultura familiar e reforma agrária, ao mesmo tempo em que houve aumento no orçamento para pagamento de serviços da dívida. Alguns programas simplesmente deixaram de existir, como é o caso do Programa Minha Casa Minha Vida. Outros, o valor previsto é tão insignificante que é a mesma coisa que tivessem acabado, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, que em 2016 foi investido mais de R$ 255.000.000,00 (duzentos e cinquenta e cinco milhões de reais) e a previsão orçamentária para 2018 é R$ 750.000,00 (Setecentos e cinquenta mil reais).
Chama atenção ainda os baixos valores previstos em áreas estratégicas para o desenvolvimento rural sustentável. Peguemos como exemplo os recursos previstos para obtenção de terras e assistência técnica em Projetos de Assentamentos. No caso da obtenção o valor previsto para 2018, a depender do tamanho da propriedade, não é suficiente para adquirir uma área sequer. Já os valores previstos para assistência técnica em Projetos de Assentamentos só garantem a continuidade de menos de 13% dos serviços já contratados.
É difícil avaliar os impactos na vida das pessoas quando há descontinuidade de políticas como o PAA e rompimento de contratos de Assistência Técnica, entretanto podemos afirmar que trará grandes prejuízos financeiros para os(as) trabalhadores(as), para as organizações que prestam serviços e os(as) seus colaboradores(as) e para a economia uma vez que muitos investimentos/financiamentos da produção serão inviabilizados. Além do mais, há o risco de oneração dos cofres públicos com à custa de encargos decorrentes de cobrança judicial pelos prejudicados.
Após análise dos programas de governo destacamos 74 ações que influenciam diretamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro e por isso precisam de reposição orçamentária a fim de garantir a continuidade dos serviços no ano de 2018. A cada emenda apresentada avaliamos: os valores previstos no orçamento dos últimos três anos (considerando remanejamento e suplementação) e sua execução orçamentária; os entraves políticos e burocráticos para execução da ação; os impactos da redução do orçamento 2018 na vida dos(as) trabalhadores(as). Ao final da avaliação de cada ação, propomos os valores que consideramos ser o mínimo necessário para a continuidade e/ou retomada ação.
As emendas foram organizadas em 07 grandes áreas: Política Agrária, Política Agrícola, Meio Ambiente, Políticas Sociais, Jovens, Terceira Idade e Mulheres. Para cada área foram identificados os temas estratégicos que revelam a importância política das ações, dessa forma temos:
POLÍTICA AGRÁRIA
Obtenção de terras para a reforma agrária;
Assistência técnica - reforma agrária;
Comunidades quilombolas, indígenas e povos e comunidades tradicionais;
Crédito fundiário;
Conflitos no campo;
Desenvolvimento dos projetos de assentamentos.
POLÍTICA AGRÍCOLA
Segurança alimentar e nutricional;
Fortalecimento da agricultura familiar;
Seguro da agricultura familiar;
Serviço de inspeção da agricultura familiar;
Formação de estoque da agricultura familiar;
Cisternas, irrigação e inclusão produtiva;
Agregação de valor e agroindustrialização;
Assistência técnica e extensão rural - agricultura familiar.
MEIO AMBIENTE
Mudanças climáticas;
Produção e consumo sustentáveis;
Recursos hídricos;
Conservação e uso sustentável da biodiversidade;
Manejo, educação e fiscalização ambiental;
Resíduos sólidos.
POLÍTICAS SOCIAIS
Promoção da saúde;
Direitos da criança e do adolescente;
Educação do campo;
Saneamento rural;
MULHERES
Organização econômica e cidadania;
Enfrentamento à violência e promoção da igualdade;
Combate à pobreza - bolsa família;
Economia solidária.
JOVENS
Políticas públicas de juventude;
Esporte, educação e lazer;
Permanência de jovens no ensino superior.
TERCEIRA IDADE
Inclusão digital;
Direitos da pessoa idosa.
É preciso que o orçamento das políticas voltadas para a reforma agrária e agricultura familiar considere todos os seus sujeitos, a importância desses para o desenvolvimento do país e que seja garantido os recursos necessários para a execução dessas políticas, caso contrário os conflitos no campo tendem a acirrar, como já vem acontecendo no decorrer do ano de 2017, e ainda, pela falta de condições de permanência no campo, promover êxodo rural para as periferias das cidades, aprofundando os problemas sociais já existentes nos grandes centros urbanos.
Brasília-DF, Outubro de 2017
CAMPO UNITÁRIO
Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – CONTAG
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
Movimento Camponês Popular – MCP
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil - CONTRAF