30 anos sem Margarida Maria Alves
Há 30 anos morria Margarida Maria Alves, paraibana, trabalhadora rural, dirigente sindical e forte símbolo da luta das mulheres no campo. Margarida foi morta no dia 12 de agosto de 1983.
Na época, Margarida lutava pelas demandas da região paraibana que habitava. Uma delas, e a que tirou sua vida, foi a luta contra usineiros latifundiários que exploravam e prejudicavam o desenvolvimento da agricultura familiar na região de Alagoa Grande e municípios vizinhos. Os criminosos que a assassinaram brutalmente em sua própria casa eram ligados à Usina. Após sua morte, Margarida foi justamente reconhecida como símbolo da luta diária das mulheres por espaços representativos no movimento sindical. Uma das formas de homenageá-la foi batizando a principal ação de massa das trabalhadoras rurais com seu nome. “A Marcha das Margaridas é uma das demonstrações do legado de Margarida Alves, que cresce a cada dia, porque ela é uma mulher que mostra a sua força, a sua capacidade de lutar, de intervir”, explica a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas. “Margarida tinha a força de uma mulher líder que esteve sempre à frente para debater, defender o povo, para lutar pela terra, pelos direitos das assalariadas rurais”, completa.“Lembramos desta data com pesar, mas também com orgulho pela grande mulher que ela foi. É um dos nossos maiores exemplos de força e perseverança na luta contra a desigualdade social e violência no campo”, comentou a secretária de mulheres da FETAGRO Izabel Lopes.
Impunidade
Passados 30 anos do assassinato, os culpados ainda não foram punidos. O fantasma da impunidade ronda as histórias de mortes de trabalhadores e trabalhadoras por todo o mundo, e, no caso de Margarida Maria Alves, infelizmente a história se repete. A líder sindical foi morta na frente de sua casa em 12 de agosto de 1983 com um tiro de escopeta calibre 12 no rosto, disparado por um pistoleiro. Na hora do crime ela estava acompanhada do esposo e do seu filho pequeno. As denúncias de abusos e desrespeito aos direitos dos trabalhadores nas usinas da região, feitas por Margarida Alves, resultaram no seu assassinato, encomendado por fazendeiros.
Jornada das Margarida
Neste ano, a Jornada das Margaridas - extensão da Marcha das Margaridas, onde anualmente a pauta é revisitada e as negociações com o governo prosseguem - coloca em suas demandas o resgate do caso de Margarida pela justiça e seu julgamento justo, onde os mandantes, executores e envolvidos possam ser condenados. A Jornada das Margaridas 2013 começa no dia 17 de agosto, e segue até o dia 21, em Brasília.
Fonte: Assessoria CONTAG Edição: Assessoria FETAGRO