Por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), serão construídas as primeiras unidades habitacionais no Estado para povos indígenas. Serão beneficiadas 50 famílias dos povos Gaviões e Arara, da Terra Indígena Igarapé Lourdes, no município de Ji-Paraná.

As famílias garantiram o benefício, ontem (17), com a realização do ato de assinatura dos contratos de financiamento para a construção das casas junto à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Ji-Paraná (Fetagro), entidade organizadora do Programa no Estado, Caixa Econômica Federal e Fundação Nacional do Índio (Funai). As assinaturas foram coletadas nas aldeias Ikolen, Iterap e Paygap, contempladas com unidades habitacionais.

A inserção das famílias indígenas no PNHR atende a demanda apresentada à FETAGRO pela Funai, após os indígenas apresentarem à Fundação o desejo de adquirirem moradias com melhor estrutura, segurança e conforto. O projeto arquitetônico das casas propõe construção em alvenaria para 57, 8 metros quadrados distribuídos em dois quartos, banheiro, sala, cozinha e área de serviço externa. O subsídio do Programa, que é vinculado ao programa Minha Casa, Minha Vida, é de R$ 30, 5 mil por unidade.

A execução do PNHR para os povos indígenas é uma ação inédita para a FETAGRO, que há mais de seis anos presta serviços em habitação rural, e é responsável pela execução do PNHR no Estado desde sua criação, em 2009, inicialmente para trabalhadores rurais na agricultura familiar. A entidade registra a contratação de mais de quatro mil casas para agricultores familiares ao longo desses anos.

De acordo com o vice-presidente da entidade, Lázaro Dobri (Lazinho) essa é uma importante política pública do governo federal que privilegia não só a classe trabalhadora do campo, mas também pescadores artesanais, extrativistas, aquicultores, maricultores, piscicultores, ribeirinhos, comunidades quilombolas e também os indígenas, proporcionando qualidade de vida e dignidade aos representantes destas categorias. “É gratificante poder contribuir para a realização do sonho de inúmeras famílias do campo e agora dos nossos povos tradicionais”, comentou. O dirigente também informou que uma nova demanda já está sendo levantada e a expectativa é de novas contratações indígenas para o próximo ano.

Para o cacique da aldeia Ikolen, Catarino Gavião, receber as casas é um sonho que um dia esteve distante, mas que agora se torna realidade. “Estamos ansiosos. Todos esperam por uma casa melhor com mais conforto. Nosso coração está alegre”, disse Catarino.