30/07/2014
Artigo: Obrigado presidenta Dilma por visitar Rondônia e apresentar soluções para o drama da cheia
Por Itamar Ferreira *
“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Tim Maia.
A visita da presidenta Dilma à Rondônia recebeu críticas ácidas de muitos setores da imprensa inclusive questionando os gastos do sobrevôo; teve políticos no afã de querer aparecer acusando-a de todas formas, até de ser 'advogada das usinas'; nas redes sociais como o Facebook então a pancadaria foi generalizada, desde críticas criativas até zombarias e baixarias apelativas. Teve, também, os que não pouparam críticas pelo fato dela ter se recusado a tratar da transposição e de receber sindicalistas, desta até eu fiz coro; pois considero que foi o principal fato merecedor de críticas, pois o assunto já é por demais conhecido por todos as esferas do governo federal e ela poderia ter se manifestado a respeito. Mas entendo que não se pode "condenar" toda visita por um fato apenas, por mas importante que ele seja. Imaginem como seriam as críticas se a presidenta Dilma, diferente do que fez em catástrofes naturais em outros estados, não viesse à Rondônia verificar pessoalmente a gravidade do problema que atinge milhares de pessoas, vários municípios e distritos? Com certeza diriam: 'descaso com Rondônia', 'omissão', 'irresponsabilidade', 'insensibilidade'... Não é fácil agradar à todos, na verdade é impossível, mas o que tem que ser feito deve ser feito, pois só o tempo e a história é que serão os juízes mais imparciais das ações e omissões. Obrigado presidenta Dilma por visitar Rondônia e apresentar soluções importantes para o drama da cheia, dentre as quais pode -se destacar: a) Reconhecimento da decretação do Estado de Calamidade, o que facilitará às autoridades locais mobilizar esforços e recursos para diminuir de forma mais rápida o drama dos desabrigados; b) Declaração favorável à abertura da estrada que tirará Guajará-Mirim e região do isolamento, que estava suspensa por ordem judicial, sendo que 48 horas depois a Justiça autorizou as obras necessárias; c) Perdão das dívidas de financiamento nas áreas alagadas, que beneficiará centenas de pequenos agricultores que têm empréstimo do PRONAF, dentre outros; d) Prioridade para as famílias atingidas no programa Minha Casa Minha Vida, o que irá garantir uma solução definitiva para os desabrigados, que é se mudar das áreas de risco; e) Liberação do FGTS para os atingidos, que permitirá que centenas de trabalhadores possam contar com recursos adicionais neste momento dramático; f) Prioridade para construção da ponte sobre o Rio Madeira, que interligará Rondônia ao Acre, dinamizando as relações culturais e econômicas entre os dois estados. Para finalizar, ressalto que a luta pela transposição será intensificada e muito nos próximos dias, sendo que os sindicatos já organizaram um grande ato público nesta segunda-feira (17) onde a bancada federal foi duramente cobrada. Novas mobilizações como fechamentos de BR, protestos em obras do PAC ou caravanas à Brasília serão feitas. A CUT propôs que se até o final deste mês de março não for implementa a transposição que os 11 parlamentares da bancada federal deixem de votar a favor do governo federal, em protesto, sendo que o parlamentar que não respeitar esta questão seja publicamente denunciado. * Itamar Ferreira é bancário, sindicalista e presidente da CUT.